Então, andando no shopping, eu comecei a reparar nas coisas. Coisas que eu reparo em toda a parte, mas que se evidenciam nesses templos de consumo. 'Templos de consumo', que termo mais aula de teoria de comunicação. Enfim. O ponto é: todo mundo é tão igual! Sério, demais. Eu não sei o que acontece. Peguemos um exemplo bem simples: a moda. Rapaz, não sei se sou só eu que penso isso, mas as pessoas nunca se vestiram de forma tão parecida. Por pessoas, entenda-se mulheres. Não que os homens não se encaixem na mesma categoria. Não, quase sempre podem ser chamados assim também. Mas é que, em termos de moda, os homens não têm mesmo lá muitas opções. Mas nós, mulheres, não precisamos dessa mesmice. É sempre o mesmo material, aquele paninho macio, sabe? Então. Não agüento mais esse paninho. Não agüento mais as meninas de blusa lisa e cordão espalhafatoso. Não agüento mais as sandálias de uma tira só. Não agüento mais estampas floridas e cores berrantes. Devo deixar claro, entretanto, que não acho esses visuais ruins. Não são. São muito simpáticos, até. Mas é que irrita ver todo mundo vestido igual. A culpa nem é tanto das pessoas. Não mais do que das lojas, que só têm um mesmo estilo de roupa. Claro que isso é reflexo dos consumidores, então, ninguém se salva. O pior é ter que me adequar a esse estilo, em grande parte, por falta de opção. Só sei que sempre gostei muito de 'fazer comprinhas', mas isso tem me apetecido cada vez menos, porque tudo que eu encontro pela frente é sempre o mesmo que eu vi na vitrine anterior, nas ruas, em toda parte. Roupa tem que te dar aquele estalo, saca? Tipo, 'que máximo, nunca vi algo tão lindo em toda a minha vida, eu preciso disso'. Lógico que não dá para ser super original e diferente em tudo, afinal ninguém vive sem calça jeans, mas vocês entenderam. O máximo de originalidade que encontrei em meu passeio pelo shopping esse final de semana foi uma camiseta, de uma dessas lojas de marca ‘sem noção’, que trazia estampado nas costas o logo do Guaraná Antártica: 'Original do Brasil'. Totally.
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Os cordões espalhafatosos merecem um comentário isolado. Gente, isso é muito doido. São iguais àqueles que eu pegava na caixinha de jóias velhas da minha mãe e usava para festas bregas, fantasias e afins. São os mesmos que eu olhava e falava: ‘mas, mãe, você realmente usava isso?’. Já hoje em dia, os acho bem aceitáveis, até uso. A moda é cíclica mesmo. Mas ‘saintropeito’, nunca mais!
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Ok, bem fútil esse meu desabafo. Enfim, cada um desabafa o que tem abafado dentro de si, certo? Então pronto. Em minha defesa, digo que meu estado mental deve estar severamente alterado. Não é fácil passar 9 horas seguidas enclausurada dentro de um shopping sem sofrer os danosos efeitos de toda aquela sugestão consumista.
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Já repararam que eu sempre tenho algo a dizer em minha defesa?
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